Para você que é feminista, calma! (sim, pra vc Mi rsrs)
Vou pedir um pouco de paciência pra tentar ao menos explicar o que eu entendi sobre essa coisa do termo “mulherzinha”, outrora usado de forma pejorativa, mas que aparentemente caiu na boca do povo como algo “normal”.
Faz um tempo eu fiz um post aqui e coloquei um título de um post como “papo de mulherzinha”. A minha amiga Mi disse que pegava mal, porque poxa, somos mulheres modernas, independentes, decididas e não mulherzinhas (ou Mary Sues) sofredores e submissas aos maridos e que cuja maior realização da vida é casar e ter filhos. Tudo bem, aí eu renomeei para “aventuras com sandálias” (olha, não é por nada, mas é um post bem útil viu? #selfpromotion)
Tá, eu confesso: Eu meio que coloquei o título porque vi que o termo “mulherzinha” está sendo bastante usado, principalmente no que diz respeito à livros do estilo chick lit, como O diário de Bridget Jones, por exemplo.
Agora, se ele está sendo usado corretamente, não sei. Pela explicação que vi na wikipedia sobre chick lit (link acima) e pela explicação sobre o que é ser mulherzinha aqui, parece bastante contraditório.
O que eu vejo muito pela web quando o quesito é “mulherzinha” são blogs de assuntos sobre relacionamentos, livros românticos ou os propriamente ditos chik lits, moda/sapatos, maquiagem/esmaltes, causos de mulher moderna no dia-a-dia, etc.
Depois do post da Amanda sobre mulherzinhas e o comentário da Mi, isso ficou na minha cabeça. Qual será a definição correta? Será que é aquela cuja a mulher é explorada pelo marido, a famosa “Amélia”, que sofre de tudo e ainda assim levanta antes do maridão pra fazer o café da manhã pra ele, sem sequer receber um ‘bom dia’ e ‘obrigado’?
Ou será que agora existe uma nova definição para “mulherzinha”? Uma mulher moderna, que sabe o que quer, ou mesmo que não saiba, se arrisca a pisar na jaca e enfrenta seus problemas sem ter depender de ninguém? Ou ainda, uma mulher que se vista de modo mais “feminino”? Hm… se for esse último, será que não é algo muito esteriotipado para a mulher? Mulherzinha é bem arrumadINHA, bonitINHA, maquiadINHA, tudo muito INHA. E as mulheres que não têm essa vaidade? São só mulheres, ou serão chamadas de masculizadas ou simplesmente largadas? o.o
Ultimamente, eu tenho um pouco de medo sobre esse assunto de “mulherzinha”, porque parece que a “mulherzinha” moderna também é muito, mas muito vaidosa, beirando à perua e fútil (e meu maior medo: Será que posso me tornar uma mulher fútil? Ou pior: será que eu já sou uma mulher fútil????).
Por favor, as mulherzinhas que estiverem lendo não atirem pedras – ainda -, eu explico. u_u’]
Muitos desses assuntos de mulherzinha atuais é uma maneira de como tornar a presença da mulher, ao meu ver, mais forte. Porque, de certo modo, quando você se sente bem com seu visual, você se sente bem consigo mesma, aumenta a auto-estima, nem que seja um pouquinho.* Eu pelo menos tento pensar desse modo mais positivo, sempre lembrando que tudo em exagero é demais – e gera vício. rs
Então, o que eu vejo é mais do que blogs com futilidades sobre unhas, maquiagem ou roupas/sapatos. Eu vejo muitas dicas de como você pode se sentir bem consigo mesma, usando determinados produtos que não agridem sua pele e um modo mais positivo de ver determinadas situações também (como blogs sobre relacionamentos).
Enfim, acho que hoje em dia o termo “mulherzinha” não é mais tão pejorativo, ou pelo menos não deveria ser tratado dessa forma (certo rapazes?). Somos muito mais do “Amélias”, sempre formos. As “Amélias” é que não sabem da força que têm, nem se esforçam por saber.
E olha, adoro me arrumar, adoro um salto alto, um vestido bem legal, uma maquiagem bem feita e um cabelo arrumado sem frizz (quem tem cabelo liso e faz natação também sofre, viu?). Mas nada me tira o prazer de nos meus dias de folga ficar em casa toda largada, ou me dar ao luxo de sair para um cinema de jeans e camiseta e só um batom pra não sair tão “cara limpa”. rsrs.
*… às vezes acho que aumenta o que eu chamo de competitividade entre as mulheres, mas deixa isso pra lá. o.o’ rsrs
Abaixo, uns blogs que eu achei enquanto fazia uma pesquisa sobre mulherzinhas:
http://www.cha-tice.com.br/mulherzinha/
http://livroaguacomacucar.blogspot.com/
http://www.papodemulherzinha.com/
http://mulherzinhasim.blogspot.com/
E por falar em literatura de mulherzinha, eu gostei muito DESTA MATÉRIA.
Não acho que se arrumar aumenta necessariamente a auto-estima. Quando eu me arrumo me sinto uma palhaçada, fazendo algo totalmente forçado pra minha pessoa e que obviamente não combina comigo. Depende muito de quem a pessoa é, suponho.
Por que pintar a unha tem que fazer uma mulher se sentir bem com ela mesma? Por que mulheres precisam cuidar da aparência para serem consideradas “mulheres” ou felizes consigo mesmas?
Não vejo um homem falando que “cria auto-estima” por fazer as unisombracelhas dele! hauahua.
Sim, cuidar da aparência geralmente é um sinal positivo. Emagrecer, vestir-se bem etc etc. Mas o problema é que o mundo feminino coloca enfoque demais nisso. E, pior, não deixa espaço para escolha. Homens tem muito mais liberdade nisso, sem cobrança nem de colegas nem de mulheres. Enquanto uma mulher desarrumada ou é lésbica ou é mal vista.
Por isso acho todo esse papo de “mulherzinha” irritante. Não acho que é algo fútil, mas é exagerado em demasia. A vaidade sempre foi algo nesse mundo (as egipicias que o digam! Ficavam carecas para colocar perucas estilosas! Ou as mulheres de Versailles usando perucas gigantes cheias de piolhos!). Mas não deixa de ser irritante.
Mas aí é que está. Não é todo mundo que se sente bem com o “estilo” ‘mulherzinha’. Aí acaba que o termo é esteriotipado e usado para designar mulheres mais vaidosas (ou “femininas” -_-‘), da mesma forma que uma mulher que não tem muito dessa vaidade, é taxada de desleixada.
Eu tb não quis dizer que é um pré-requisito pra aumentar a auto-estima feminina. De que adianta vc se arrumar toda no melhor jeito “mulherzinha de ser”, se acaba não gostando de vc no resultado final?
E sim, concordo que é tudo mto exagerado, mas até que consigo conviver com isso. Sobre unhas, eu me sinto bem qdo pinto as minhas. hahaha Sei lá, acho legal as unhas pintadas e só, pra mim faz diferença.
Ah, tem homem metrossexual que se importa com sobrancelhas sim. Tem um cara na academia, inclusive, que perguntou pra minha professora se ela podia retocar a sobrancelha dele, pq tava ficando horrível. o.o’ (e não, ele não é gay – tenho certeza).
É só que eu questiono porque aplicar esse “estilo” em toda e qualquer mulher. Talvez seja só comigo, mas é comum ouvir “ah se você fizer um penteado novo” ou “ah se você só pintasse sua unha”, “ah se você usasse brinco”, “ah se você passasse um batom!”. A incapacidade de lidar com o fato que nem toda mulher quer ou precisa ser vaidosa, é que me irrita.
Sim, tem homem preocupado com a aparência. Isso sempre existiu (começo do seculo homem que era homem usava chapeu, bigode e aboatuadura de ouro) e agora vem ganhando mais força com metrossexuais. Porém, ainda é diferente. Homem não é MENOS homem porque é sujo, fedido e peludo. Homem não é MAIS homem porque se veste bem e passa perfume. Ele simplesmente é homem.
Mas mulher? A cobrança é enorme tanto de homens e quanto das próprias mulheres. Ninguém tem direito de fazer o outro se sentir ruim pelas escolhas e opiniões que faz da vida.
(Quando a depilação, Michele, vá na Europa. Lá muitas não depilam. E não tem tranças porque como NUNCA depilaram, o pêlo não é grosso).
Olha, sempre tive o mínimo de vaidade. Especialmente com meu cabelo, que foi grande alvo de piadas na infância, por exemplo. Mas não me considero fútil ou obcecada com moda, só alguém que sabe como sair de casa sem pagar mico.
Ei, batom já é maquiagem até! hahahahahahaha *eu não ligo pra maquiagem, sempre saio de cara limpa ou só batom*
Voltando ao tema, creio que a palavra mulherzinha pode ser encarada de forma boa e ruim. Depende apenas do contexto. E, claro, de quem lê. Mas me parece tão machista sempre ver a palavra como algo ruim… porque tentam bastante diminuir palavras relacionadas à mulher. Essa foi mais uma, sabe.
Concordo com a Scila de que os homens não são cobrados por se largarem. E sim, eu me sinto muito melhor quando consigo algo pela minha inteligência do que por ter me arrumado, embora isso também me deixe feliz de certa forma. xD Nesse ponto, prefiro o meio-termo. Tentar me sentir bem externamente com um tanto de beleza, e internamente com as minhas conquistas.
Eu acho que muito tempo já passou desde que ‘mulherzinha’ era um termo ruim. Pessoalmente eu acho até ruim não ser uma – no meu conceito – e só depois que a Mi postou um comentário fui pensar em outras variáveis pra definir mulherzinha. No meu caso, que sempre fui encaixada no rótulo de desleixada, sempre associei com meninas que dão conta de cuidar de todos esses pequenos e absurdos detalhes da vida feminina, que pra mim são impraticáveis.
Não acho que a gente ainda lide com uma definição de Amélia-supermulher. É claro que uma palavra vaga como essa vá gerar uma série de definições diferentes. Mulheres, como toda minoria em poder político, tem a tendência de ofender com muita coisa que nem de longe ofende. Mulher é um bicho muito esquisito.
Um absurdo essa noção promovida pela tv e coisas em geral de que um upgrade na aparência faz você se sentir melhor por dentro. Como a Scila disse, eu geralmente me sinto uma palhaça; e quando me arrumo de bom humor, parece que estou entrando num personagem, que nem no carnaval, pra ir numa festa: toda essa produção hoje me vai servir quase como uma máscara. Serei eu mesma, porque não dá pra ser de outra maneira, mas ainda assim, minha postura é mais expansiva, ou dancer, ou whatever que for naquela noite. Mas não dura a longo prazo.
Pode ser um regionalismo, mas mulherzinha aqui tem outro contexto e bem pejorativo, por sinal. Então eu digo que sou uma baita perua e proud of it. E prefiro ser chamada de perua com todo o contexto exagerado que existe por trás do que de mulherzinha, pq a carga semântica contida nesse diminutivo ainda não se perdeu completamente. Como eu comentei no blog da Amanda, eu mostro a mulherzinha se alguém me chamar assim. Talvez pq aqui não se use essa expressão nesse contexto. E esse diminutivo realmente me incomoda.
Gosto de futilidades? ADORO. Quem não tem uma valvula de escape? Eu adoro fazer a unha. Eu mesma faço minha própria unha cerca de 3 vezes por semana. Adoro sapato novo e tal. Tem gente que vai ver novela. Tem gente que vai ler chick lit (coisa que eu não leio nem que o mundo acabe). Tem gente que vai jogar RPG (coisa que infelizmente não tenho mais como fazer).
Eu me sinto bem comigo mesma me cuidando pq eu gosto de me cuidar, não pelos outros. Estou pouco me lixando para o que pensam ao meu respeito, mas me importo muito com o que EU penso ao meu respeito. Portanto eu gosto de me arrumar pq eu me arrumo PRA MIM. É uma questão de auto estima, sim. Eu vou me arrumar pra mim, eu vou me dar presentes, pq isso me deixa feliz. E eu não mereço?
Pq a impressão que passa sobre o desleixo extremo (e nenhuma de vcs venha me dizer que são o desleixo extremo pq, acreditem, vcs nunca viram isso pessoalmente como eu, ou estariam falando o mesmo que eu estou falando) é que a pessoa não se gosta. Pq a guria não precisa estar sempre de salto e toda rebocada para não ser largada (ao contrário do que as reclamaçoes de algumas mães pregam). Mas aparentar ter quarenta anos tendo 25 devido à saia de vovó ir na missa, ao cabelo indefinido e monocelha não, né?
Não acho que vaidade tanha haver com futilidade. Se a guria só pensa em futilidade, ela é burra. PONTO. Mulheres inteligentes conseguem fazer as duas coisas.
E mesmo sendo vaidosa, não há necessidade de estar sempre arrumada, né? Tem dias que a gente quer relaxar. Tem dias que eu passo o dia todo de pijama, tipo hoje. Maravilha!!! XD
E comparar com homem não é uma boa ideia, visto que existem homens e homens. E tem muito homem porco, que não usa desodorante e ainda anda desfilando de pança de fora. Sem contar as escrotices que eles fazem em público >.<" Se eles são felizes assim, azar é deles. Eu particularmente prefiro um homem que se cuide, que tome banho, use perfume, use roupa limpa. Tá certo que a sociedade não cobra deles como nos cobra, mas eu nao acho que a gente tenha que fazer pela sociedade e sim por nós mesmas. Sem contar que mesmo assim a gente fica pensando o quanto o bicho é porco, enquanto ele tá ali, faceiro, né? Ele só não sabe que está sendo cobrado também.
Eu acho o seguinte, se cuidar de si mesma, se emperiquitar faz a gente se sentir bem, então tem que fazer mesmo. Se não faz… cara, isso não existe. Exceto a minha colega acima citada, mulheres são vaidosas em maior ou menor grau. E não me venham dizer que não ou atire a primeira pedra aquela que faz trança debaixo do braço!!!! Não tem, né? Claro que não tem! Pq todo mundo depila. E depila pq? Necessidade, na real, não tem, mas todo mundo faz. Doendo, inflamando e tudo mais. Pq? Vaidade. É feio não fazer, não é? =D
Não é preciso ir à Europa para saber que não se depilam, Scila. No entanto NÃO ESTAMOS na Europa. Se tu não entendeu a brincadeira, sinto muito! Estou questionando se AQUI, BRASIL, alguém não se depila.
Eu concordo que ninguém tem o direito de fazer as pessoas se sentirem mal por suas escolhas e opiniões. Se isso vale pra quem não tá nem ai com a aparencia, também vale para quem está. Assim como ninguém precisa se sentir menos mulher por não gostar de pintar as unhas ou usar brinco, ninguém também precisa se sentir futil apenas por que gosta. Vaidade existe em maior ou menor grau, é o que e estava falando. Existem pessoas que realmente não tem vaidade nenhuma, mas ai já são outros quinhentos e não acredito que seja o caso de ninguém aqui. Tu pode não gostar de usar brinco, pintar a unha, usar salto e tal, mas nem por isso tu vai jogar a primeira coisa que tu achar no roupeiro e sair de qualquer jeito. Ninguém faz isso. E isso é desleixo sim.
As pessoas ficam dando palpite furado na vida das outras por falta do que fazer. Ninguém tem nada haver se tu se arruma ou não. As vezes um simples “isso é problema meu” resolve a questão.
Se estamos falando a respeito da cobrança que a mídia e sociedade fazem a respeito da mulher ai, sim. Concordo. Essa cobrança existe e isso é consequencia da objetização da mulher na sociedade machista em que a gente vive.
Saber isso já é meio caminho andado.
Espero ter sido mais clara.
Eu já sabia que na Europa as mulheres não se depilam, mas sinceramente, não acho que os homens de lá apreciem mto. XD
Outro dia vi uma foto de uma atriz com a perna ultra-mega peluda. Sinceramente, em quesito de depilação, eu acho que entra um lance de higiene também. Sei lá, minha opinião, mesmo porque eu sou bem encucada com isso (depilação a laser é tudo).
E ser “mulherzinha” (no bom sentido da palavra) ou não ser vai de cada um, né? Em alto ou em baixo grau, o modo como vc vai (ou não) se produzir é algo pessoal. Antes de agradar à sociedade, a gente tem que agradar a nós mesmos. Se eu não me sentir bem, de que adianta?
Sinceramente, falar que não se cuida, minimamente, é hipocrisia barata. Todo mundo se cuida, nem que seja só tomar banho, lavar o cabelo, ficar minimamente apresentável para sair na rua. Nem que seja apenas por higiene pessoal. Caso contrário, vá se tratar, porque você é um ser nojento e ninguém – e aqui não entra a sociedade, mas sim uma questão humana – vai suportá-lo. Você vai feder e vai parecer um animal.
Adoooooooooooro passar o dia de pijama, com roupa velha, aquela de ir na padaria etc. Mas tem horas que não dá. Você não pode ir trabalhar com cabelo de louca, moletom e camiseta de rock (por mais que eu ame camiseta). Simplesmente não dá. Você não se apresenta numa entrevista de emprego assim. Você não vai a um encontro assim.
Agora você diz… que merda essa exigência da sociedade, desses homens que muitas vezes são uns porcos. Mas concordo com a Mi nesse ponto, há gosto pra tudo, há homem porco e nojento, mas eu (e acho que 95% da população feminina mundial) prefiro um homem cheiroso, que se arruma (tudo bem, não precisa ser sempre, é legal também andar só de bermuda e chinelo às vezes), que deixa o cabelo legal e não um ninho de mafagafos. É questão de coerência. E se a gente gosta, é óbvio que eles gostam também. E isso nem é coisa de homem e mulher. É coisa humana. O que é bonito agrada muito mais.
Como disse a Nik, é muito mais prazeroso ser reconhecida pelo que você é, por dentro, do que pela casca da gente. Mas também é hipocrisia dizer que não se aprecia um elogio do tipo “puxa, você está bonita hoje… seu cabelo está bonito… você está cheirosa”. Todo mundo gosta de ouvir isso. E você não consegue isso se não tomar banho, colocar uma roupinha legal (não precisa ser um mega salto, vestido chique, unhas pintadas… só algo legal…), usar um perfume.
E não, eu nem de longe sou que nem a Mi, como a Lucy, como várias amigas. Eu não gosto de me pintar, eu estou sempre de cara limpa. Eu adoro um jeans, uma camiseta, um tênis. Mas eu também gosto de às vezes colocar uma roupa bonitinha e receber um elogio. Isso é ser fútil? Whatever, entenda como quiser… como disse a Mi, o importante é estar bem consigo mesma.
O que quer dizer, que não é porque a mulher se veste bem e se trata que é fútil, que é rasa. E não é porque a mulher curte um jeans que ela é intelectualmente superior. E também não quer dizer que ela é largada. Enfim, é tudo questão de conhecer a pessoa profundamente, e não ficar fazendo análises superficiais.
E também não gosto do termo mulherzinha. E nem me soa como Amélia… me soa como… uma diminuição, um rebaixamento. Sei lá, vai ver é só paranóia.
Eu acho engraçado. “Mulherzinha” é uma bobinha, “mulherão” é uma gostosa. E “mulher” é aquilo que você tem em casa e nem sempre dá valor.
Sobrou o que mesmo?
Independe do título, depende da mulher. Se quiser, dá pra transformar tudo em ataque. Às vezes, “mulherzinha” é só aquele sussurro carinhoso do namorado no ouvido da moça que trabalhou o dia inteiro e mora sozinha. 🙂
Eu vivo um conflito horrível por conta dessa coisa de cuidar da aparência. Nunca fui de maquiagem e roupas com strass, mas todo mundo sempre me cobrou. Amigos, mãe, namorados… Aqueles comentários infelizes do tipo “Você seria muito mais bonita se usasse um decote” ou “você não acha que deveria se cuidar mais”? Só sei que eu vivo numa pilha constante por causa disso e sim, preciso de terapia. eu não consigo acordar todo dia duas horas mais cedo pra fazer uma maquiagem, não consigo fazer chapinha todo dia, no entanto a cobrança das pessoas me incomoda de verdade. Ás vezes fico sem saber pra que lado corro. Foda.
eu não sei. Chicklit, por exemplo, não é de todo ruim. Como também não é de todo ruim gostar de novela, de ir ao salão fazer as unhas, depilar, comprar uma roupa bonita. O problema está sempre no excesso das coisas. Se você faz SÓ isso na sua vida, aí é um problema; da mesma forma que é um problema não tomar banho, não se cuidar hora nenhuma. Como disse a Kakazinha, é preciso saber se adequar também. Ninguém vai de salto 15, maquiagem e vestido longo pra padaria do mesmo modo que não se vai de pijama pra um casamento.
Já fui cobrada por não usar perfume e não usar rímel, blush, essas coisas. Tinha implicância com perfume por outros problemas que tive… então resolvi parar de besteira e usar as coisas que me fazem bem: tipo usar um perfume cítrico fraco que não vá incomodar ninguém, nem a mim mesma, porque me senti legal assim.
Maquiagem (tirando batom) é um problema de praticidade. Não tenho tempo pra isso, nem vontade. Sinto muito, passar o dia inteiro fora de casa significa retocar, e isso me cansa. Até hidratante tenho preguiça de passar – minha mãe tá cansada de me cobrar.
Como já disse, faço o que me faz bem. Por isso não me incomodo com a cobrança alheia. Ia ficar mais sexy com perfume forte? Ia. Ficaria mais linda com um rímel preto impactante e maquiagem para os olhos? Sem dúvida, fiz isso na formatura. Mas para o dia a dia, não me deixaria confortável.
E não adianta ninguém me dizer nada.
Por isso não me considero fútil. Só me arrumo o suficiente para me sentir bem comigo mesma fisicamente, coisas que não são sacrifícios.