Como fã de livros de fantasia, não podia deixar de comentar sobre a série que tenho lido ultimamente, A Sétima Torre. Essa série foi escrita pelo australiano Garth Nix e reza a lenda que o argumento é do George Lucas (é, aquele mesmo de Star Wars). Faz anos que tenho interesse em ler essa série (tipo anos mesmo, desde 2003) mas quando eu achava os livros pra comprar (o que não é fácil) não tinha dinheiro, e quando tinha dinheiro, não achava os livros. Essas coisas ótimas da vida.

Foi então que ano passado, durante o período negro em que meu namorado foi pra Alemanha fazer intercâmbio, resolvi me fazer um agrado e gastar um dinheirinho comprando A Sétima Torre Vol.1 – A Queda. Livro fininho, cento e poucas páginas. O enredo promete: Tal, um garoto Escolhido, precisa encontrar uma pedra-do-sol para salvar sua família da desonra e acaba por descobrir que o Castelo não é um lugar tão perfeito quanto imagina e que ao contrário do que pensava, existe vida fora dele. Uhu! Roteiro clássico de história de fantasia que tanto gosto. O livro chegou pelo correio (óbvio que compro livro pela internet!) e eu comecei a ler na maior empolgação, mas o livro não me empolgou depois da página 10.
Não pela história – que é realmente ótima – mas pela escrita. É uma escrita rasa, previsível, que tem aquele narrador irritante que sempre te conta tudo ao invés de deixar você tirar suas próprias conclusões. Escrita besta mesmo. Não li no original, li tradução. (Depois comecei a ler e-book mesmo ao invés de comprar o livro e é praticamente impossível achar o livro em inglês na internet) Isso influi também. Quem já leu Fronteiras do Universo (His Dark Materials) na versão traduzida sabe que é sofrível. Mas voltando ao livro do Nix, juro, só continuei lendo porque a história é boa. Mas confesso, tem hora que bate uma preguiça…
Primeiramente, a série (composta de seis livros – li até o quatro) tem ação demais e pouco aprofundamento em matéria de personagem. E olha que os personagens têm potencial! Milla, a garota do clã dos Homens do Gelo é simplesmente ótima com sua obstinação e cultura do gelo, mas seus sentimentos não são levados em conta pelo narrador. O choque cultural entre Tal e Milla, aliás, é uma das coisas mais legais do livro e tem uma explorada muito de leve. Segundo, o que sinto mais falta nesse livro é descrição. E não estou falando em descrição a nível de Tolkien, mas descrição a nível que não seja “ele era alto e mal” mesmo. Outro aspecto chato é a falta de emoção nas explicações. Quando Tal descobre alguma coisa assim super mega reveladora é de um jeito tão morno… nem tem aqueeeeeela emoção de descobrir que o Darth Vader é na verdade o pai do Luke Skywalker com direito a perda de uma das mãos. É simplesmente “ah, então tá”.
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