Desde meus 13 anos eu tenho uma coisa em mente: emagrecer. Ou, mais especificamente, há quase 10 anos eu quero ser magra.
Sempre fui daquelas meninas gordinhas e nerds, com mais espinhas do que amigos. E apesar de na época achar tudo isso uma injustiça tremenda (ser julgada pela aparência) e jurar morte aos meus coleginhas, hoje vejo como uma experiência que formou muito meu caráter. Eu tenho muitas falhas, mas falta de respeito, ser uma bully e preconceito não fazem parte da longa lista.
No entanto, apesar do ódio e a noção de ser injustiçada terem se esvaído, dando lugar a alguém com mais maturidade, meu desejo por ser magra nunca foi embora. Será que eu sou fútil afinal de contas?
Eu não sei, mas resolvi fazer o que me traria felicidade: emagrecer. Ao invés de questionar meus valores e me torturar por ser “fraca” por me submeter aos padrões de beleza da sociedade injusta, eu aceitei a verdade dura que só seria feliz com meu corpo (um pouco) se emagrecesse.
Mas querer raramente é poder, e como muitas mulheres eu falhei miseravelmente várias vezes. Por anos, me considerei uma total incompetente. Um lixo, uma fraca. Minhas dietas sempre terminavam no mesmo: EPIC FAIL.
– Academia? Sai em 2 meses
– Praticar esportes? Desisti em 1 ano
– Dieta da sopa? Durou um dia.
– Remédios? Não tiveram impacto.
– Diet shakes? Ewww. Ruins demais. Tomei por 1 semana.
– Parar de comer carne/massa/chocolate? Desisti em dias.
– Dieta dos pontos? Funcionou… Por 6 meses. Depois engordei em dobro.
MEU DEUS! O que há de errado comigo, eu pensava. Por que não consigo parar de comer?
A resposta era simples, mas me recusava a aceitá-la: eu não queria parar de comer.
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