Sempre fui noveleira. Com o passar dos anos, o hábito já virou privilégio das férias, e isso se alguma série interessante não passar no mesmo horário.
Apesar disso, as mulheres de casa continuam vendo, lendo revistas, então nem se eu detestasse novelas escaparia de saber sobre elas ao menos o mínimo. E se tem uma delas que sempre me esforcei para ver, tirando as outras, foi a famosa novela das oito – que começa às nove, mas tudo bem.
Sendo mais objetiva, vim falar do fracasso absurdo das novelas da Rede Globo. É de revoltar.
Claro que já tive minha fase de novelas mexicanas no SBT, gente. Ou via novelas em canais extintos, casa comandada por mulheres não poderia ser conduzida de outra forma, cresci vendo tudo isso! Porém, hoje em dia eu só queria uma historinha que fosse suportável pelo menos na sexta e no sábado – uns dos poucos dias em que paro para ver televisão enquanto não estou de férias. Não obtive muito sucesso na empreitada.
Novela das seis cansou com temas rurais, de época, os famosos enredos inocentezinhos com as mocinhas mais sonhadoras e bobinhas do mundo. Se elas eram espertinhas, o mocinho ou muita gente era num bando de mané com uma história morna e totalmente previsível. Sem chance. De repente, me chega “Cama de Gato”. Parece novela das sete. Poderia ser novelas das oito também, se acrescentassem coisas ainda mais fortes, embora haja desgraça, comédia e trama policial o suficiente.
As pessoas se identificam com os personagens e é uma novela dinâmica, os protagonistas têm uma química danada, até a vilã desperta certa simpatia em raros casos (como o que faz com o pai, que realmente não presta). Falam sobre idosos, sobre as crianças, adolescentes, deficientes. Ah, o que movimenta tudo são interesses financeiros, não o amor inalcançável. Minha lástima é ter perdido bastante do começo dela, mas sigo feliz.
Adorava de paixão “Caras e Bocas”, que tinha uma história não tão diferente do que costumamos ver na maioria dos núcleos, mas apresentava cada situação de uma maneira singular. E no final das contas, o que eu achava que mais ia afundar a novela, acabou içando bem alto: o macaco!
E aí me surgem as reclamações. No lugar desta última que citei, enredo das sete, me vieram com “Tempos Modernos”. Está no início, mas… Esse negócio de predileção do pai por uma filha só, e as outras serem completamente destrambelhadas e fúteis não dá. Tudo gira em torno da filha mais… esperta, vai. Jurava que ia ficar fula com o tal computador que fala, mas o problema é ver o Antônio Fagundes fazendo papel de palhaço comandando um prédio enorme da forma que bem entende, e ainda diz que é para o bem das filhas (sendo que na verdade, ele só ama uma). Se quiser uma pequena diferenciação no núcleo, só com os roqueiros, já com uma idade em que deviam saber que passaram dos 25 anos (e um lá já passou dos 50!), falando “parada”, “bagaça” e “tá ligado”. Sim, é só isso que existe na novela. Um prédio, uma galeria e o observatório da Nelinha. Dois núcleos ligados.
“Viver a vida”. É um convite à viver o tédio. Ou a ser pessimista, né? Alguém já prestou atenção na música de abertura? Nem defunto se anima com uma letra derrotista daquela! Sem contar que é idiota. Sinto muito quem gosta. No dia em que parei de contar os “sei lá” e perceber que as vozes ao fundo me irritavam em vez de acalmar, aí pensei na letra. Credo.
O enredo é simples. Helena passou o rodo em todo mundo enquanto era modelo em tempo integral, conheceu Marcos (Marcuuuuuuxxxx para os íntimos – eu não estou brincando), e em dois meses, resolveram se casar. O casal tem tanta química quanto um monitor tentando acasalar com uma garrafa d’água. Desde o primeiro momento. Sem contar que a coitada da Taís Araújo… não tem idade e nem perfil para ser uma suposta Helena do Manoel Carlos. Ele foi maldoso com a atriz, não sei onde achou que isso daria certo.
Bem, a filha de Marcos, Luciana, sofreu um acidente e ficou tetraplégica. Agora movimenta as mãos um pouco melhor, mas voltar a andar não. Colocaram a culpa na Helena, e ela tem mesmo uma certa responsabilidade na tragédia. Luciana e Miguel são um casal fofo, mas ainda não aconteceu. Marcos trai Helena com Dora desde o começo da novela, quando a primeira viajou e ele tava querendo matar a saudade de pegar mulher.
Considerando o contexto, parece até instigante. O problema é que…
– O Ano Novo começou dia 5 de janeiro por lá, após seis dias de enrolação. A festa durou mais quatro dias. Ou seja, festa nessa novela dura semanas. Uma para preparar, outra para acontecer.
– Já houve meio capítulo só com um flashback. Duas partes de novela com uma lembrança inútil.
– Existiu um capítulo inteiro só com vôos de asa delta.
– As coisas demoram tanto a acontecer que quando acontecem, já perderam a graça.
– O pai da Rafaela ainda não morreu. E eu jurava que ele já tinha morrido antes de eu entrar de férias (meio de dezembro).
– Existem dois núcleos na novela, e que ainda são brutalmente entrelaçados. Povo do Rio e povo de Búzios.
– Não existe parte total de comédia. Um núcleo que seja cômico essencialmente.
– Sabe o: “dias depois…”? Eu vi uma vez só. E achei milagre!
– Todos os flashbacks são inúteis, pois ou é algo que acabou de acontecer, ou poderia ser passado em um minuto, dois, talvez. Coisas que noveleiros normais fazem.
– E já que tudo demora semanas para finalmente acontecer, como preencher os espaços vazios? Com cenas arrastadas, intermináveis, ou flashbacks!
Juro, eu me revolto. Sempre amei as novelas do Maneco. Ele errou em “Mulheres Apaixonadas”, colocando a Christiane Torloni como Helena, e olha que ela é uma ótima atriz. E fez besteira no final. Mas a novela era muito movimentada, tinha vários temas polêmicos e ótimos de serem discutidos e mostrados. Porém, desta vez a novela inteira é um desastre. A protagonista é Luciana. Poderia ser Tereza também, quem contestaria? Mas Helena é apenas mais uma no meio dos demais, com um par medonho que não combina com ela. O enredo é simplório, não tem diversidade, não existe movimento, não existem vários assuntos sendo tratados a todo instante com intensidade. Há algumas polêmicas que, por serem apresentadas exaustivamente em detalhes lentos e pouco variados, se tornam uma chatice e tiram a magnitude do impacto que deveriam causar no telespectador.
Essa novela vai fazer história. A pior do horário.
Acabaram com a minha diversão nos canais abertos. Não veja a hora desta bomba acabar. E de “Tempos Modernos” ser encurtada também.
Vão ver Record. Ultimamente, está dando no mesmo.
Sei que SBT está passando séries, e isso sim é uma coisa inteligente. Tanto que a Record copiou.
Tem gente que não sabe escrever. Tem gente que perde a mão. É a mortevida.
Crueldade do post: E… vocês não esperam que eu comente sobre Malhação. Sinto que não preciso me dar ao trabalho de falar sobre algo que morreu em 2002.
Observação: Não é o objetivo discutir as implicações morais, políticas e afins do canal. É só sobre diversão mesmo…
Gente, a novela do Manoel Carlos tá de mal a pior mesmo. É de longe a pior novela que ele já escreveu. Não tem como assistir aquilo, nem quando não tem nada pra fazer. Mas o que mais me irrita é aquela Luciana que de tetraplégica não tem nada. A Alinne Moraes tá PÉSSIMA, ela mexe a coluna toda! Putz, será que não conseguiam uma atriz melhor?
E realmente, a Helena é pouco expressiva. É só mais uma personagem na novela… E o Zé Mayer… affe! Tá passando da idade de ser galã, hein? E sempre interpretando o mesmo papel de passador de rodo, já cansou.
Mas o problema maior é falta de dinâmica. Tudo demora demais. Cansa.
Sinceramente, já fui MUITO viciada em novelas. Algumas bem ruins inclusive. Hoje é raro alguma me pegar e prender em casa como na época em que deixava de sair pra assistir “Pé na Jaca” – eu falei que assistia algumas ruins – lembra Mel?
Hoje, assisto “Cama de Gato” pq minha mãe e avó assistem e ficam gritando e vibrando, daí ja viu ne, fico curiosa vou lá e assisto. Até gosto praa falar a verdade, só não tenho a mesma paciência de antes.
Novela da sete é triste. Quase nunca me empolgam a única que eu AMAVA era Pé na Jaca e só.
“Viver a Vida” supera. Mesmos enredos deprimentes atrizes medonhas e a INSISTÊNCIA em querer que o público ache o Zé Mayer um tesão. Que me desculpem os tios mas ZÉ MAYER NÃO DÁ.
E olha que eu morro pelo Thiago Lacerda desde os 13 anos… mas nem isso me anima. Tô preferindo assistir Gossip Girl.
Em tempo: Cama de Gato só vale a pena por causa do par Paola Oliveira/ Dudu Azevedo.
Nem me lembra da época de “Pé na Jaca”.
Melissa ligando pra Luciana: “E aí, Lu, vamo sair?”. Lu: “Ow, só vamos voltar cedo porque tenho que ver Pé na Jaca!”. AFFE!!!!!!!!!!!
SBT rules!!! Supernatural rules!!! Dean é meu!!! E eu odeio novela. A última que me lembro de ter assistido com gosto foi Vamp, quando vampiros não viravam purpurina e eu era uma cria de uns 11 ou 12 anos.
Eu concordo em gênero, número e grau!
Férias me deram essa chance de ver muita novela. A tal da Helena é periférica. Zé Mayer parece uma ameixa seca.
E O TÉDIO IMPERA.
Eu não gosto de novelas em geral, mas é que nem você diz, não dá pra escapar. =]